29 junho, 2006

Pai

Sentada em frente ao computador, por horas, tentei descrever o que sentia. Tentei colocar em palavras toda a minha gratidão. Todo o meu amor, todo o meu apreço. Tentei mostrar toda a sua importância. Tentei mostrar a vontade de estar mais perto, de ser melhor, por você, pra você. Mas não consegui. Faltam palavras quando transbordam sentimentos.

Amo-te.

Muito.

17 junho, 2006

Arrá!

Dei um jeito.


Fazendo alusão àquela frase de navegadores: "Quebrar a cabeça é preciso!"

Bobinha

Sim, meu blog me odeia. Só porque sou leiga. Olha só, que coisas doidas. Espaços do nada, eu hein? Cruzes!

15 junho, 2006

"Tomara que não. Ou sim, sei lá"

"Que aconteça alguma coisa bem bonita para você, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em todos de novo, que leve para longe da minha boca esse gosto podre de fracasso, de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando."
(Caio Fernando Abreu)

points

Casulo. É isso. Estou na fase do casulo. Não que eu seja uma lagarta. Mas preciso de transformações. Metamorfoses. Muitas. Ou nem tantas. Mas que sejam suficientes.

***

Os dias de sol ainda trazem o frio. O vento, a sombra, gelam. E ainda vai ser assim por alguns bons meses. Digo bons porque gosto assim, desse tempo, frio, seco. Ainda que as flores não fiquem tão belas, ainda que se sinta o trincar da pele. Ainda que a solidão - aquela que se sente mesmo com uma ou um milhão de pessoas à sua volta - se mostre maior, mais forte, mais presente e mais sufocante do que é. Ainda assim. Gosto.

***

Raiva. Estou com raiva. De mim mesma e. É impressionante como algumas pessoas podem ser tão egoístas. Olhar tanto para seu próprio umbigo, achando que o mundo se restringe a elas e às suas vontades. Impressionante. Mais impressionante é como eu ainda tento conviver com elas. Não, não sou nenhuma Madre Teresa, isso é fato. Mas ando bem cansada de tentar acreditar nas pessoas. De tentar confiar. De dar uma segunda, terceira, milésima chance. E o mais engraçado é que entre essas várias pessoas, uma delas sou eu. Sim, eu. Me, ich, moi, yo, io. Estou cansada também de mim, das minhas ações, dos meus arrependimentos, da minha inquietude e ao mesmo tempo estagnação. Cansada de. De depositar o que tenho - e o que não tenho - nas pessoas. E esse saldo negativo eu tiro de mim. Vou arrancando pedacinhos. Que aparentemente não fazem falta, mas percebo que. E que talvez agora já seja tarde, sabe? Sim, eu sei que cicatrizam. Mas ficam as marcas, não é mesmo? Sempre ficam. E elas têm ficado cada vez mais, cada vez maiores. Aí a gente vai ficando com vergonha de se mostrar, sabe? Vergonha, medo de não-aceitação, tudo por causa das marcas. E aí a gente vai construindo um mundinho menor, mais nosso, aparentemente auto-suficiente. Mas viver nele, inconscientemente vai fazendo mais marcas. E aí esse círculo vicioso não acaba. Nunca acaba. Mas passa.

14 junho, 2006

Pára o mundo...

que eu vou descer e vou à pé.

Ou então alguém aperta a tecla REWIND aí, faz favor.

Será?

Se toda aquela estória de previsões, horóscopos e afins for verdade, acredito estar passando pelo meu inferno astral.

11 junho, 2006

Dico o quê?

Raciocínio dicotômico: explicar uma coisa pelo que ela não é.
Exemplo: O que é mau? É tudo aquilo que não é bom.

E por aí vai.

E foi assim, em plena aula de Macroeconomia, enquanto o professor falava de Keynes, que eu me entendi. Não por completo. Não por inteiro. Não. Na verdade não me entendi. Achei pistas de mim. Já tinha pensado nisso antes, mas não sabia que havia uma explicação mais consistente acerca do assunto. Eu sou assim. Dicotômica. Eu escolho aquilo que quero pelo que sei que não quero. Escolho o que gosto por aquilo que não gosto. E não dou conta de ser diferente. E aí vou me perdendo, me perdendo. Me achando - ainda sem saber onde estou - tão confusa, tão non-sense, tão não. Tão indecifrável, tão misteriosa que sou um mistério para mim mesma. É isso. Não me conheço. Não me acho. Não me sou.

E sigo assim. Não me sendo. Separando o que gosto do que não gosto, pra procurar assim, saber o que realmente sou. E na tentativa de me achar, acabo me perdendo ainda mais.

Só isso que eu queria dizer. Porque eu sei que não quero dizer outras coisas.

06 junho, 2006

Reticências

(...) Eu não. Preferi arriscar. Ossos do ofício. Pagar pra ver o invisível e depois enxergar. E o que senti depois foi tão bom. Me tornei uma pluma. Uma pluminha. Assim, leve leve leve. Uma leveza, tão plena, tão doce, tão inteira, tão metade-sem-precidar-de-um-par. Um pairar no ar. Ainda incompleto, mas lá. Lá.

Eu andava na corda bamba. Assim, tremendo. E pra todos que me viam, aquilo era um show. "Oh!" e aplausos. Ao léu. E em vão. Porque pra mim, ao contrário, era uma guerra. Travada. Cansada. So unfair. (...)

Porque às vezes quando colocamos algumas cartas na mesa, é que nos damos conta do jogo. E do quanto ele é. Engraçado. Bobo. E assim, tão necessário como um novelo de lã. Mas, meu bem, eu não tenho - e nem quero - agulha alguma. (...)

05 junho, 2006

If I could...

Nunca gostei de hospitais. Sempre tão brancos, tão não-vida, tão não. Não que eu não goste de branco, muito pelo contrário, adoro. Mas mesmo que o hospital fosse verde e amarelo, mesmo que fosse cor-de-rosa com verde e azul, mesmo que lá houvessem palhaços pra quem gosta de palhaços, humoristas pra quem gosta de humoristas, bossa pra quem gosta de bossa, rock pra quem gosta de rock, e assim por diante, continuaria sendo tão. Tão não-bom, tão não-saúde, tão não-poder, tão não-saber. Tão.
Mas a saga continua. Agora provavelmente quinze dias. Mais quinze dias. Que trazem à tona toda a fragilidade. Toda a minha incapacidade. Toda a minha não-força que de alguma-forma-da-qual-eu-não-sei, se mostra forte. Quinze dias que acabam. Deterioram. Que sugam. Não, não são os dias que sugam. É o hospital. É ele. Mas na verdade não é apenas o hospital que suga. É a doença, ela. Mas na verdade não é só a doença, é o acidente. É tudo. É tudo. Que não deixa nada nada nada. Que acaba com tudo. Que nos amarra, nos imobiliza, mas nos deixa ali, assistindo a tudo. Como a um filme. Daqueles em que se chora o tempo todo.

"You know that I would now
If only I could"
(If I could - Jack Johnson)

01 junho, 2006

Porque ele é meu amigo

Uma viagem jóia. Uma prova que dá medo. Datas diferentes. Nada que Murphy não possa alterar pra me atrapalhar. Ele nunca se esquece de mim.

No ônibus

Mastigando chiclete de boca aberta.
Passando a mão debaixo do braço e logo depois levando a mão ao nariz.
Enfiando o dedo no nariz.
Olhando para o decote da moça.
Olhando para o tamanho do pé do moço.
Olhando para o tamanho de outra coisa do moço. (ui)
Ajeitando a calcinha.
Tirando sujeira do dente com a unha.

É cada coisa que se vê dentro de um ônibus quando se está de óculos escuros!!!

[Mas fica também o medo de ser observada!]

Diálogo

Amiga 1: ... pois é, mas ela já tá chegando, fica calma!

Amiga 2: Aah, mas eu tenho que ir embora ou, tá ficando tarde. Nesse tempo todo, já dava pra eu chegado em casa umas duas vezes!

Amiga 1: aaai calma, me fala do fest folia... como é que eu corto minha blusa, hein? Acho que vou fazer uma batinha, tô muito gorda!

Amiga 2: é verdade, sua orelha precisa perder uns 10 kg!!!

Amiga 1: Hahaha, tô falando sério!!!

Amiga 2 (observando uma menina grande, nos dois sentidos, no ponto de ônibus): "..."

Amiga 1: mas hein, tô achando que vou fazer assim

Amiga 2, interrompendo a amiga 1: eu sou grande daquele jeito?

Amiga 1: É!

Amiga 2: "..." (expressando decepção)

Amiga 1: Grande só na altura! Você não é laaaaaarga daquele jeito!

Amiga 2: Ufa! (suspiro de alívio)