13 agosto, 2006

Asas

Tenho levado freqüentes sustos ao olhar no espelho. Não que o que eu veja não seja eu. Pelo contrário, o reflexo é cada vez mais parecido comigo. Tudo o que tenho tentado esconder por trás das máscaras. De sorrisos amarelos, de conversas simpáticas e falsamente interessadas. E justamente por isso. Tenho medo, porque não sei se. É crescer, é isso? É? Não sei. Sei que tenho medo. De mim, medo de mim. Posso lidar com qualquer pessoa mas não sei lidar comigo, e o fato de não sabê-lo me faz desaprender a lidar com os outros, e nisso vou desaprendendo a conviver e aprendendo a ficar só. Não, não consigo mais. A máscara tornou-se demasiadamente pesada. Ao menos por agora não me restam muitas forças, muitas expectativas. Tenho medo de que o que eu sinto seja realmente medo.

Preciso de um sonho. E rápido.

"Quero outra vez um par de asas. Mesmo que de papelão." (Caio F.)

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

"Depois de todas as tempestades e naufrágios, o que fica em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro"
(Caio, também)

Acho que crescer é isso: ou você afastar completamente do que você é, ou a escolha oposta. Ir ao encontro, lá no fundo, apertar até a ferida sangrar. Acho que a cada acidente, ficamos sem a máscara estratégica. Menos protegidos, mas mais nós.

Qual é o medo de ser você? Quem gosta realmente de você, gostará independente de qual roupagem tiver. Pense nisso. Sermos só nós mesmos é saudável e tem um quê de libertador...

14 agosto, 2006 00:27

 
Anonymous Anônimo said...

sim, um sonho. daqueles bem mentirosos, que ficam correndo e recorrendo, andando, vão e voltam. e são sonhos que se alimentam de arroz e feijão, mas arrotam croissants. que sejam sonhos comuns, mas que sejam sonhos verdadeiramente nossos.

26 agosto, 2006 10:52

 

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