11 junho, 2006

Dico o quê?

Raciocínio dicotômico: explicar uma coisa pelo que ela não é.
Exemplo: O que é mau? É tudo aquilo que não é bom.

E por aí vai.

E foi assim, em plena aula de Macroeconomia, enquanto o professor falava de Keynes, que eu me entendi. Não por completo. Não por inteiro. Não. Na verdade não me entendi. Achei pistas de mim. Já tinha pensado nisso antes, mas não sabia que havia uma explicação mais consistente acerca do assunto. Eu sou assim. Dicotômica. Eu escolho aquilo que quero pelo que sei que não quero. Escolho o que gosto por aquilo que não gosto. E não dou conta de ser diferente. E aí vou me perdendo, me perdendo. Me achando - ainda sem saber onde estou - tão confusa, tão non-sense, tão não. Tão indecifrável, tão misteriosa que sou um mistério para mim mesma. É isso. Não me conheço. Não me acho. Não me sou.

E sigo assim. Não me sendo. Separando o que gosto do que não gosto, pra procurar assim, saber o que realmente sou. E na tentativa de me achar, acabo me perdendo ainda mais.

Só isso que eu queria dizer. Porque eu sei que não quero dizer outras coisas.