04 fevereiro, 2006

Quanto tempo mais...

Há uns três dias um passarinho - pardal, desses bem comuns - entrou aqui em casa, certamente pela janela da cozinha que estava aberta. Da cozinha foi para a copa, da copa para a sala de estar. Na sala, ele tentava sair, sempre batendo de frente com a porta de vidro. Batia, dava meia-volta, e ia com tudo de novo, tentando sair. E por mais que fosse doloroso, ele continuava tentando, e tentando, e tentando. Sofria, mas queria se ver livre. Me aproximei então e abri a porta. Ele esperou que eu me afastasse e então conseguiu sair. Paz.

Posso ser olhada como egoísta, má pessoa. Mas acho terrível ver quem eu amo sofrer. E nessas horas gostaria de poder abrir algumas portas.


"Alguma coisa em sua almazinha era bastante velha e bastante feminina
para sentir a alegria irresistível e pungente de ser necessária"
(Pássaros Feridos - Colleen McCullough